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Personalidades

Guilherme Ferreira da Silva (1890 - 1966)

O Prof. Guilherme Ferreira da Silva foi umas das figuras cimeiras do panorama cultural que, tendo nascido ainda no séc. XIX, teve uma ação de tal modo marcante que se prolonga até aos nossos dias.

Nasceu no dia 5 de junho de 1890, filho de António Ferreira Inácio, barbeiro-sangrador, e de Maria José Silva, “descendente de uma das mais ilustres famílias pampilhosenses”.

A família aspirava a carreira de médico para o jovem Guilherme, mas, por vontade própria, cursou o Magistério Primário em Coimbra, tendo sido colocado na Escola Oficial Primária da Pampilhosa (Escola do Freixo).

Dotado de grande inteligência, frequentava tertúlias no restaurante da Estação do Caminho de Ferro da Pampilhosa com grandes industriais da altura. Segundo informação dos seus descendentes, deslocava-se frequentemente a Lisboa, mais precisamente à Livraria Portugal, onde se juntavam os grandes intelectuais da época, salientando-se Aquilino Ribeiro, de quem era amigo. Era um republicano convicto. Destas deslocações resultou certamente o seu vínculo a diversos jornais com que colaborava, tais como Diário da Beira, República, O Século ou Diário de Coimbra.

Casa-se com Maria do Céu Ferreira Fonseca, professora primária, natural de Celorico da Beira, matrimónio do qual nascem duas filhas, Edite Ferreira da Silva e Maria José Ferreira da Silva.

De um profissionalismo invulgar, aproveitava a sua ação enquanto professor para alargar consideravelmente os horizontes das crianças pampilhosenses.

Deve-se à sua ação de dinamizador cultural a educação no gosto pelas artes de toda uma geração de pampilhosenses.

Funcionava em sua casa, na rua com o seu nome, ao n.º 24, uma extensão da Conservatória do Registo Civil.

Deve-se a ele a “importação” de um costume da época e que perdurou até aos anos de 1980, o “Enterro do Bacalhau”, que mobilizava toda a alta pampilhosense no cortejo de Sábado de Aleluia.

Escrevia, em parceria com o Maestro Joaquim Pleno que musicava as obras, entremezes (revistas à portuguesa) e pequenas peças de teatro que encenava envolvendo a população autóctone.

Foi o primeiro presidente da Direção da Filarmónica Pampilhosense, na sua fundação, em 1920, tornando-se mais tarde elemento efetivo da banda, como flautista. Escreveu pelo menos uma obra que se conhece, um livro de poesia editado em 1953, intitulado “Quadras do meu amanho”. Esteve sempre ligado à “sua” filarmónica até à sua morte. Era presidente da Assembleia Geral quando faleceu, em 1966.

in Vieira, Daniel - "Filarmónica Pampilhosense: Da Génese ao Infinito". Pampilhosa: Ed. Autor, 2012.

Vídeo Tributo ao Prof. Guilherme Ferreira da Silva








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