Junta de Freguesia de Pampilhosa Junta de Freguesia de Pampilhosa

Personalidades

Francisco Henriques (1904 - 1930)

Francisco Henriques nasceu na Pampilhosa no dia 5 de novembro de 1904, filho de José Henriques, “taberneiro”, natural de Ribeira de Fráguas (Albergaria-a-Velha), e de Quitéria de Jesus, natural da Pampilhosa.
Francisco Henriques, conhecido então como “Chico da Quitéria”, pertencia ao Corpo de Bombeiros da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa, perdendo a vida ao serviço, combatendo as chamas de um incêndio que viria a ser conhecido como o “batismo de fogo” da Corporação.

Pelas 23h40 do dia 10 de novembo de 1930 deflagrou um violento incêndio nas instalações da fábrica de serração e carpintaria da firma União Comercial e Industrial, Ldª, popularmente conhecida por “Fábrica dos Teimosos”, junto à Estação do Caminho-de-Ferro. As circunstâncias e dimensão deste incêndio levaram a que fosse considerado o “batismo de fogo” da recente Corporação de Bombeiros da Pampilhosa. Numa noite relativamente quente para a época, uma forte ventania contribuiu para que o fogo rapidamente se propagasse, por todo o enorme edifício, que em poucas horas ficou pouco menos que reduzido a escombros.

Além dos Bombeiros da Pampilhosa também combateram o fogo as seguintes Corporações: Bombeiros Municipais de Coimbra, Bombeiros Voluntários de Coimbra, Corpo de Salvação Pública “Guilherme Gomes Fernandes” de Aveiro, Bombeiros Voluntários de Aveiro e Bombeiros Voluntários da Mealhada. O Comandante dos Municipais de Coimbra, Tenente Pinto Basto, coadjuvado pelo 2.º Comandante da Pampilhosa, orientou o combate ao fogo que demorou até ser dia claro. 

Pouco depois do início do ataque ao fogo, vários populares, querendo ajudar, retiraram alguns tijolos que sustentavam um dos pilares de um barracão. Este abateu após a queda do pilar e uma enorme viga atingiu gravemente o Bombeiro Francisco Henriques. Prontamente conduzido ao Hospital da Universidade de Coimbra, o “Chico da Quitéria” já ali chegou sem vida. O malogrado e saudoso Francisco Henriques foi vítima do seu dever quando apenas tinha vinte e seis anos de idade. Era empregado na filial da Companhia União Fabril.

Nos olhos de muitos pampilhosenses viam-se lágrimas: lágrimas de grande pesar, mas também de certa revolta, perante as enormes suspeitas de fogo posto, um inqualificável ato criminoso, jamais justificado.

A Junta de Freguesia ofereceu um talhão no Cemitério (Velho) para nele ser levantado um mausoléu que foi oferecido pelo Comandante, Sr. Joaquim da Cruz, e que consta de um bombeiro a segurar uma agulheta no combate ao fogo e o distintivo da A.H.B.V.P., construídos em cimento pelo artista local, Sr. Joaquim Batista.

Adaptado de um documento da autoria de Mário Rui Cunha publicado na revista “Pampilhosa. Uma Terra e Um Povo” n.º 39 - GEDEPA 20203






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