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O "Chalet Suíço"

O "Chalet Suíço"

Nas proximidades da linha-férrea foram criados estabelecimentos de comércio diversificado, do ramo alimentar e hospedagem. No caso deste último, refere-se a construção do Chatet Suíço (Suísso), em 1882/3 (estava em pleno funcionamento em janeiro de 1884), uma estalagem para os viajantes que, ao mudarem de comboio na Pampilhosa, ali tivessem que passar a noite (tratava-se de uma propriedade da empresa de construção civil “Bergamim, Lda.”).
Paul Bergamim, um suíço do cantão italiano, obteve concessão dos bares ao longo da Linha da Beira Alta e construiu no chamado Entroncamento da Pampilhosa a casa mãe, onde se instalou e criou condições para repouso e dormida de passantes ilustres. É voz corrente que o rei D. Carlos ali se deteve a retemperar forças gastas nas longas horas de comboio, que não primava (logicamente), pela velocidade… pois andava, apenas, a 40 km por hora. (1)
Chalet Suíço foi acompanhado por um conjunto de infraestruturas à sua volta, de apoio ao negócio: casa de telégrafo e postal, padaria, armazéns, casa de abegoaria, garagem e cocheira. Este edifício serve de hospedaria e residência familiar, apresentando uma arquitetura interessante, que conjuga duas componentes que se conciliam e a individualizam - a característica alpina dos seus telhados e lambrequins de madeira, e a utilização do barro vermelho, nas fachadas, guardas e guarnições das portas e janelas, produtos da sucursal das Devesas (Fábrica Velha), estabelecida nas imediações da estação, igualmente em 1886 (as telhas do Chalet Suíço ainda são as originais, nelas se pode ler a inscrição SUCURSAL DAS DEVEZAS/ANTONIO ALMEIDA DA COSTA & C/PAMPILHOZA). O edifício evolui em 4 pisos, sendo o rés-do-chão (cave) dividido por serviços de armazém, adega, arrumos, etc. O segundo piso era destinado a hospedaria, cozinha, sala de jantar e quartos, entre os quais o célebre quarto n.º 11, que a família Real ocupava com regularidade nas suas viagens pela Beira. Este quarto, pela exclusividade das suas instalações, área, espaços anexos, vestíbulos e fogo de sala em mármore, teve certamente na sua conceção uma “real” utilização, que teve lugar pela primeira vez na noite de 18 para 19 de maio de 1886, quando Sua Alteza o Príncipe Real D. Carlos vem esperar à Pampilhosa a Princesa Maria Amélia d’Orléans. No terceiro piso deparamo-nos com um grande salão, com referências helvéticas marcantes, heráldica, pinturas murais de paisagens alpinas com moldura e portadas-janela do tipo vitral. No quarto piso, as águas furtadas, temos espaços de apoio a serviços domésticos (rouparia) e instalações para o pessoal. Este edifício, mesmo com as alterações introduzidas ao longo do tempo, com o levantamento da rua que lhe retirou o jardim e a escadaria frontal, mantém a dignidade e a relevância histórica. A sua capacidade máxima andaria à volta de 20 quartos. Passados alguns anos, seria manifestamente insuficiente face à procura, pois viriam a surgir, no lugar do Entroncamento, três ou quatro hospedarias, que, sendo mais modestas, complementavam-se com negócios de restauração e mercearia. (2)
Atualmente o edifício é propriedade do Município e aguarda obras de recuperação.

(1) in http://freguesiadepampilhosa.blogspot.com/p/patrimonio.html
(2) in documento da autoria de Mário Rui Cunha publicado na revista “Pampilhosa. Uma Terra e Um Povo” n.º 35 - GEDEPA 2016

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